O estado do Oregon é o lar de mais de 4.000 cavalos selvagens, mas um cavalo especial se destaca em meio de todos os outros. A égua marrom, chamada Cirrus, tem marcas brancas na forma de um cavalo – que até tem sua própria “juba” branca e olhos castanhos.
Em 2018, um representante da American Wild Horse Campaign (AWHC) estava assistindo a um grupo de quatro mustangs perto de Burns, no Oregon, quando viu a imagem do ‘cavalinho’ pela primeira vez.
“Quando ele nos enviou as fotos, ficamos impressionados”, disse Grace Kuhn, diretora de comunicações do AWHC, ao The Dodo. “Foi extraordinário ver a semelhança daquele “desenho de um cavalo” em seu torço.”
“Enquanto ela se movia, as marcas brancas do cavalo se moviam com ela, completadas com uma porção de juba branca esvoaçando”, acrescentou Kuhn. “Era algo tão bonito e notável de se ver.”
Infelizmente, em 2018, o Cirrus foi um dos 846 cavalos selvagens reunidos pelo Bureau of Land Management (BLM) em um esforço controverso para restringir as populações de cavalos selvagens. Os cavalos geralmente perdem suas famílias – e às vezes suas vidas – nesse processo.
Quando o AWHC, que luta para proteger os cavalos selvagens, percebeu que a égua especial fazia parte do ajuntamento, eles sabiam que tinham que salvá-la.
“Cirrus é simbólico do que está acontecendo com os cavalos selvagens da América: a liberdade, a perda, a beleza e a tragédia, todos refletidos em um cavalo”, disse Kuhn.
Eles se uniram ao Montgomery Creek Ranch, um santuário de cavalos selvagens no norte da Califórnia, para salvá-la.
Em março, Cirrus chegou ao Montgomery Creek Ranch, onde ela poderá viver em paz com outros cavalos selvagens resgatados. Embora ela tenha mais de 10 anos e tenha passado a vida inteira vivendo selvagem, seus novos cuidadores descobriram que ela era calma e gentil.
“Embora ela, é claro, tenha sua própria opinião vincada e fique um pouco ‘bufante’ quando algo acontece que ela não gosta, ela é calma, cuidadosa e até um pouco curiosa”, disse Ellie Phipps Price, cofundadora do Montgomery Creek Ranch. “Ela tem uma presença imponente e é muito expressiva.”
Os funcionários do santuário visitam Cirrus todos os dias, em um esforço para ganhar sua confiança – e, eventualmente, seu respeito. Em apenas alguns meses, o mustang se aproximou a seus treinadores o suficiente para permitir que eles entregassem seu feno e tocassem suavemente seu nariz.
“Acreditamos que, com suas marcas icônicas e seu presença em geral, ela poderia ser uma ótima embaixadora para nos ajudar a contar melhor toda a história”, disse Phipps Price. “Não apenas a dela, mas a história do que está acontecendo com os cavalos selvagens da América.”
No entanto, o futuro de Cirrus depende dela, e o principal objetivo de sua nova família é garantir que ela seja feliz. Se a pressão de ser gentil é demais para o cavalo selvagem, ela ainda poderá viver com um contato humano reduzido no santuário de 2.000 acres de Montgomery Creek Ranch, com mais de 200 mustangs e burros resgatados – e o belo cavalo fará parte de um grupo correndo livre mais uma vez.