70 cachorros que seriam para consumo são resgatados após meses trancados em gaiolas

Em alguns países, sobretudo no Oriente, o comércio de carne de cachorro é uma realidade pautada por motivos culturais, gastronômicos ou pela mera demanda que se fundamenta em leis que legalizam essa prática.

Se trata de um contexto sombrio e brutal que infelizmente não deve ter fim no curto prazo.

Quando ficamos sabendo de resgates de cães destinados ao consumo humano, é sempre motivo de celebração e esperança! Recentemente, cerca de 70 cães foram salvos pela ONG Humane Society International (HSI) em um abatedouro em Hongsong, Coreia do Sul.

Esses cães, mantidos por meses em condições deploráveis dentro de gaiolas, estavam prestes a ser abatidos. A operação foi o resultado de longos esforços da HSI para convencer o proprietário da fazenda de que criar cães para esse fim não era uma prática viável nem ética.

Após anos trabalhando na criação de cães, o fazendeiro Nakseon Kim decidiu mudar de rumo. Ele admitiu:

“Comecei a criar cães porque gosto deles. Nunca comi carne de cachorro, mas achava que seria um negócio lucrativo. No entanto, isso não se provou verdadeiro, e agora com a crescente pressão do governo, decidi encerrar essa atividade.”

A operação de resgate, planejada para março, enfrentou atrasos devido às restrições impostas pela pandemia de Covid-19, que dificultaram o transporte dos animais. Agora, todos os cães estão sob cuidados temporários na Coreia do Sul, com planos de transferi-los para o Canadá ou Estados Unidos, onde encontrarão lares permanentes e amorosos.

Esses cães receberam atendimento veterinário e, pela primeira vez em muito tempo, afeto e cuidados que os fizeram sentir que estão a salvo. Embora o processo de recuperação varie para cada um, todos estão agora em boas mãos, incluindo aqueles que sofreram ferimentos mais graves.

O caso é um marco na luta contra a indústria de carne de cachorro. Graças a esforços de ativistas, sanções governamentais e mudanças culturais, a prática está lentamente sendo reduzida. Shenzhen e Zhuhai, na China, recentemente proibiram o consumo de carne de cachorro, reconhecendo-os como animais de estimação.

O fazendeiro Kim agora cultiva vegetais como repolho com apoio de instituições de caridade, mostrando que é possível encontrar alternativas éticas e sustentáveis. A ativista Nara Kim, da HSI, destacou:
“Infelizmente, muitos filhotes vendidos em pet shops vêm das mesmas condições deploráveis que levam cães aos matadouros. Precisamos continuar lutando por eles.”

A vitória desse resgate simboliza um progresso importante, mas também lembra que ainda há muito trabalho a ser feito. A HSI comemorou a conquista com uma mensagem emocionada:
“Chega de gaiolas, chega de sofrimento. Cerca de 70 cães foram salvos graças ao apoio de todos vocês. Obrigado!”

O fim do pesadelo desses cães nos inspira a seguir em frente nessa causa.

Veja o vídeo: