Descoberta Incrível: Novo Dinossauro Revelado por Equipe Portuguesa

“Pedro Mocho encontrou na Espanha um dos fósseis de saurópode “mais completos já descobertos na Europa”. O Qunkasaura pintiquiniestra existiu há 75 milhões de anos.

Um estudo conduzido pelo paleontólogo Pedro Mocho revelou uma nova espécie de dinossauro saurópode que habitou Cuenca, na Espanha, há 75 milhões de anos, conforme anunciado nesta quarta-feira pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL).

A nova espécie foi nomeada Qunkasaura pintiquiniestra, e a pesquisa, publicada na revista científica Communication Biology, foi realizada a partir da análise de um dos fósseis, de entre milhares, coletados durante a construção da linha ferroviária de alta velocidade entre Madrid e Levante, que nesta quarta-feira compõem “uma das coleções de vertebrados fósseis mais significativas do Cretáceo Superior da Europa”, oriunda do sítio de Lo Hueco, em Cuenca.

De acordo com Pedro Mocho, paleontólogo do Instituto Dom Luiz da FCUL, a nova espécie pertence a um grupo de dinossauros saurópodes, sugerindo que essa linhagem de médio a grande porte “chegou à Península Ibérica muito mais tarde do que outros grupos de dinossauros”.

Os dinossauros saurópodes, que constituem um dos grupos de dinossauros, eram conhecidos pela sua grande massa corporal e pelo longo pescoço que terminava em uma cabeça pequena.

Em um comunicado, a FCUL ressalta que Qunkasaura pintiquiniestra é um dos fósseis de saurópode “mais completos já descobertos na Europa”, uma vez que inclui vértebras cervicais, dorsais e caudais, uma parte da cintura pélvica e elementos dos membros.

O nome ‘Qunkasaura pintiquiniestra’ é derivado de várias referências geográficas e culturais da região de Lo Hueco: ‘Qunka’ é a etimologia mais antiga do nome da região de Cuenca e Fuentes; ‘Saura’ é a forma feminina do latim ‘saurus’ (lagarto) e presta homenagem ao pintor espanhol Antonio Saura, que faleceu em Cuenca em 1998, e ‘pintiquiniestra’ faz referência à “Rainha Pintiquiniestra”, uma personagem de um romance mencionado em “Dom Quixote de la Mancha”, de Miguel Cervantes.

Um fragmento do esqueleto do dinossauro pode ser visto no Museu de Paleontologia de Castilla-La Mancha, em Cuenca.”